Fracasso... Culpa de Bernoulli

terça-feira, 25 de agosto de 2009 | |

A muito tempo ouvi alguém dizendo assim:

“O fracasso é uma nova oportunidade de começarmos tudo de novo, mas com inteligência”.

Desde então, a cada fracasso, eu começava de novo, se com inteligência ou não, é uma outra história, mas o resultado tinha que ser diferente.

O fracasso quando visto em diferentes posições no tempo provoca diferentes sensações, o fracasso do futuro, dá medo, apesar de ser apenas uma possibilidade em que se pode estar inserido em um contexto de diferentes proporções como, fracasso, sucesso, “quase fracasso”, “quase sucesso”; é a prova de que nem sempre a ação resulta de uma reação. Mas aí podemos pensar assim, “não, ouve sim uma reação, fracassada, mas ouve”, concordo, mas não foi a reação programada, idealizada ou projetada.

Penso que, fracassar não é errar, mas é não fazer a coisa certa. E não fazer a coisa certa é um erro? É sim, mas não é erro para o “fracassar”. Não vou explicar isso. O fato é que a simples consciência de que a bola do fracasso está dentro da caixa das probabilidades, nos dá medo, o mais otimista pensa que ela é “apenas” uma possibilidade; o realista a vê como provável, e considerável; o pessimista, como quase um fato (acho que oscilo entre o realista e o pessimista).

Más a posição no tempo muda a sensação ante o fracasso, o fracasso do passado mostra que mesmo ele estando lá, ficando lá, é só mais uma experiência, e ai sim outra experiência no presente funciona como um “dejavu”, para que o fracasso no presente não aconteça e o do futuro esteja em uma freqüência ainda menor dentro das distribuições de probabilidades.

Lembrei agora da distribuição de probabilidade de Bernolli, em que o evento só possui duas sentenças, verdadeiro ou falso, ou seja, fracasso ou sucesso. Fico pensando, quem foi que o encorajou a demonstrar matematicamente um evento que é e não é nos diferenciais do tempo, e quando não é, é tido apenas como uma possibilidade que não foi, mas na matemática o que probabilisticamente não é, está lá na equação, que existe, a equação existe. Usando a causalidade, o efeito é que Bernolli não demonstrou com equações, o efeito da insuficiência, a evidência da natureza limitada que nos joga dentro da temporalidade quando na consciência, a sensação é de eternidade, em que estar, é simplesmente ser. Mas esse “ser”, que a todo instante nós sentimos, é especialista em enganar. Pensei agora: “mas tem que ser assim”, para que estejamos plantados, enraizados e fundamentados no presente, que o passado seja movido pela saudade e o futuro pela esperança.

Graças a Deus o fracasso está inserido no tempo, pois mesmo doendo no presente, dando medo no futuro, no passado, visto de longe, ele é agradável; o problema é que o efeito, usando novamente a causalidade, é que é atemporal, por que se não for efeito da causa “passado”, é efeito permanente da causa “tempo”.

0 comentários: